quarta-feira, 5 de junho de 2013

Crescendo com os livros! (Sandra)

Como a maioria de vocês, meus primeiros contatos com a leitura foram em casa, na cama dos meus pais que faziam questão de ler em família os fascículos semanais da primeira Bíblia ilustrada vendida em bancas de jornais.
Depois do jantar, escovávamos os dentes e saíamos correndo, minha irmã e eu, em direção ao quarto para disputarmos o lugar VIP, que ficava ao lado do leitor. Nós ainda não líamos, pois éramos muito pequenas, mas a lembrança ainda está muito viva em minha memória.. O mistério de como aquele monte de letrinhas virava uma porção de palavras, frases com um certo tom sério, muito provavelmente pelo teor do texto, fazia-me viajar para aquelas terras desérticas onde caminhavam os povos, diferentes de nós, e, por esse motivo, íamos construindo o cenários e as pessoas em nossas mentes. Isso era pura magia. Quando não entendíamos, meu pai parava e explicava do que se tratava, sempre olhando pra minha mãe e esperando um sorriso de aprovação, visto que, ela era, além de esposa, sua mestra e grande incentivadora dos seus estudos também. Quando menos esperávamos, meu pai estava carregando-nos em seus braços em direção ao nosso quarto.

Lembro-me ainda dos discos de histórias infantis, os antigos LPs, que continham todas as falas das histórias e nós as decorávamos e depois "líamos" junto com a história. Ler, era muito importante.

Outras vezes, era na sopa de letrinhas que encontrávamos diversão. Enquanto íamos tomando a sopa, minha mãe jogava conosco. Pegava apenas uma das letras e perguntava qual era. Mais disputa, as duas queriam responder. O problema era quando perguntava qual seria a próxima letra do nome de um de nós... Errar nunca seria um problema, mas não tentar era o fim.

Minha irmã foi à escola um ano antes que eu. Como sentia a falta dela, minha mãe entregava-me um caderno e me passava lições. Eram coisas simples, mas foi um passo muito grande, pois ao chegar na escola, em 1967, eu já sabia fazer um montão de mágicas com aquele monte de símbolos que para muitos era um bicho de sete cabeças.

SANDRA REGINA ZANETTI BERTOZZI 

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